domingo, 10 de junho de 2012

Tripulantes vivem rotina de pressão em cruzeiros de luxo.


Cabines luxuosas, comida à vontade, piscinas, cassinos e atendimento impecável. Quem embarca como passageiro num cruzeiro marítimo nem imagina que, por trás de toda essa infraestrutura, estão tripulantes que trabalham até 15 horas por dia, sem direito a folga, pressionados por chefes e correndo o risco de serem demitidos no próximo porto de desembarque, sem direito a passagem de volta para seu país.
Atraídos por altos salários e pela possibilidade de conhecer o mundo, brasileiros que já trabalharam em cruzeiros dizem ter se decepcionado.
São rotinas parecidas com a da brasileira Lais Santiago, 21 anos, que se jogou do navio em que trabalhava, no dia 2 (leia mais ao lado).
"É ilusão. O tratamento é ruim e você mal tem tempo para conhecer os lugares", conta Anderson Silva Nascimento, 26 anos, que trabalhou por quase três meses como lavador de pratos de um cruzeiro na Europa.
"Começava às 7h e só parava à meia-noite. Nesse período, tinha algumas horas de folga, mas nunca um dia inteiro. Na primeira semana, quando ia deitar, meu corpo tremia, como se os músculos dessem uns trancos de tanto cansaço", conta ele, que lavava pelo menos 3.000 pratos por dia, sempre em pé.

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